Em 2015, sangue dos antepassados Yanomami, colhido sem autorização, no fim da década de 60, por cientistas norte-americanos, é devolvido ao povo indígena Yanomami. Acordos firmados pelo Ministério Público Federal com o Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos e a Universidade da Pensilvânia (Penn State), com intermediação do Ministério das Relações Exteriores, permite a devolução de mais de três mil amostras.

A fim de dar prosseguimento à repatriação, é instaurado o Inquérito Civil nº 1.32.000.000352/2015-91-RR para o acompanhamento do restante do material que permanece em instituições norte-americanas, como The Ohio State University, Northwestern University e Universidade da Pensilvânia (Upenn).

Em 2017, os acordos com essas instituições são assinados e a restituição concluída, com a devolução das amostras sanguíneas ao líder Yanomami.

Na cultura da etnia Yanomami, as amostras constituem restos mortais que precisam seguir cerimônias funerárias adequadas. A realização desses rituais é importante tanto para o descanso do espírito dos parentes dos mortos, quanto para o respeito à sua cultura.

 

Fontes consultadas:

BRASIL. Ministério Público Federal. Inquérito Civil nº 1.32.000.000352/2015-91-RR. Boa Vista: Procuradoria da República em Roraima, 2015. Disponível em: http://unico.mpf.mp.br/unico/integra/abrirArquivo.action?integra=26278627. Acesso em: 14 nov. 2018.

______. Biological material transfer agreement between The Pennsylvania State University and Ministério Público Federal. Brasília, 2015. Disponível em: http://unico.mpf.mp.br/unico/integra/abrirArquivo.action?integra=17431025. Acesso em: 14 nov. 2018.

______. MPF devolve sangue indígena repatriado dos Estados Unidos para o povo Yanomami. Disponível em: http://www.mpf.mp.br/atuacao-tematica/sci/noticias/noticias-1-1/mpf-devolve-sangue-indigena-repatriado-dos-estados-unidos-para-o-povo-yanomami. Acesso em: 5 nov. 2018.