O Ministério Público Federal em Santa Catarina esteve reunido no sábado, 3, no auditório da Escola Básica Municipal Maria Conceição Nunes, no bairro Rio Vermelho, em Florianópolis, com representantes da comunidade quilombola Vidal Martins, da UFSC, do INCRA e do Movimento Negro Unificado (MNU).

Segundo a procuradora da República Analúcia Hartmann, o objetivo do encontro foi definir o processo de complementação do relatório histórico e socioantropológico que trata da identificação dos direitos da comunidade Vidal Martins, elaborado a partir de um acordo de cooperação entre a UFSC e o INCRA.

A professora Ilka Boaventura Leite, coordenadora do Núcleo de Estudos sobre Identidade e Relações Interétnicas (Nuer) da UFSC, que está trabalhando no relatório da comunidade quilombola, destacou que o núcleo da pesquisa não envolve apenas a demarcação de terras, mas também outros aspectos, como o patrimônio histórico e as situações de injustiça social e de discriminação.

Ela lembrou que o território quilombola não é algo que se depreende do que se tinha no passado em termos de propriedade. Ele é construído pela tomada de consciência.

O relatório da UFSC inclui também uma carta geográfica elaborada pela própria comunidade Vidal Martins, segundo a ocupação da região do Rio Vermelho por seus antepassados e os usos que eles faziam daquelas terras. Essa carta foi sobreposta a uma imagem aérea atual da região, permitindo a identificação de locais de ocupação tradicional dos quilombolas.