Jornal "Unisul Hoje", em abril de 2011, no dia em que se comemora o Dia do Índio, publicou matéria sobre a reunião feita na aldeia do Morro dos Cavalos, que contou com a presença da procuradora Analúcia Hartmann.

"Na ultima sexta-feira, 15, durante a “Semana Cultural Guarani”, que acontece de 12 a 19 de abril, na aldeia Mbya Guarani Itaty, no Morro dos Cavalos, em Palhoça, os índios receberam a procuradora da República Analúcia Hartmann e três representantes da Secretaria da Educação do Estado para discutir o sistema de educação infantil Guarani.

No encontro, os professores da escola de educação básica de Itaty mostraram suas diretrizes para a educação das crianças indígenas e entregaram à procuradora um documento escrito por todos os professores, com um objetivo central: “a intenção é fazer um ensino diferenciado da população infantil indígena, o que a gente quer é trabalhar de forma a manter a nossa cultura, preservando a língua Mbya Guarani”, afirma a professora guarani Eunice Antunes.

Conforme a professora Eunice, até o calendário guarani é diferente: “nosso ano novo se inicia em setembro no calendário do homem branco, pois nesse mês é que a natureza começa a se renovar, começa a primavera”. O cacique da aldeia, Teófilo Gonçalves, fala sobre a importância desse documento: “a maior importância é a educação diferenciada, pois um professor que não é guarani não vai conseguir se comunicar com as nossas crianças”.

A procuradora Analúcia disse que essa é uma ideia a ser parabenizada, pois dessa forma as crianças podem ficar nas escolas, enquanto os pais trabalham, além de manterem viva a sua cultura. “Vocês nunca aceitaram a inclusão da escola estadual na aldeia e vocês estavam certos, pois agora com a escola Guarani o aprendizado será melhor administrado”.

A proposta de educação diferenciada infantil na aldeia é a forma Guarani de resolver o problema das crianças que ficam com suas mães no centro de Florianópolis, enquanto elas vendem o artesanato da cultura Mbya."

Fotos: Felipe Kreusch Pires